terça-feira, 24 de junho de 2008
O Dia Mundial dos Discos Voadores
Em uma terça feira, dia 24 de junho de 1947, o que parecia um vôo absolutamente rotineiro, tornou-se um marco histórico.
Muitíssimo antes desse dia, havia relatos, lendas e descrições de objetos estranhos nos céus. A disciplina chamada de ufo-arqueologia investiga indícios da presença de possíveis extraterrestres no remoto passado da Terra. Desenhos em cavernas, estranhas esculturas, poemas épicos que narram guerras entre os deuses... Incontáveis são as fontes que podem ser consultadas.
Um pouco mais próximo de nossa época, existem informações sobre incidentes como o de Nuremberg, Alemanha, em 14 de abril de 1561. Documentos descrevem o formato dos objetos vistos no céu naquele dia, como esferas cilindros e cruzes. Chuvas de meteoros e cometas estava bem documentados, logo é improvável que se trate de confusão com esses fenômenos. A descrição que nos chegou através dos séculos é de uma verdadeira batalha aérea, com o céu tomado pelos estranhos objetos. Objetos menores e esféricos eram vistos saindo de outros maiores com formato cilíndrico, evento também descrito em casos ufológicos de nossa época.
Existe a descrição de que uma nave, vinda dos céus, caiu na cidade de Aurora, Texas, em 17 de abril de 1897. A suposta nave teria derrubado uma torre de água, e os restos de seu ocupante foram enterrados no cemitério da cidade. Teóricos da conspiração afirmam que quando este caso ganhou notoriedade, entre as décadas de 1970 e 80, foi removida de uma noite para outra, por desconhecidos, a lápide da tumba do “alienígena”. Alguns interessados tentaram obter autorização judicial para abrir a sepultura, mas até o momento não se sabe o resultado dos pedidos.
Em 1942, em Los Angeles, os alarmes de ataque antiaéreo soaram por toda a cidade, e os armamentos antiaéreos ribombaram por boa parte da noite.
Ou seja, pelo menos desde remota antiguidade que as pessoas vêem estranhos objetos, talvez naves, nos céus do planeta Terra. Mas o que torna o Caso Arnold, objeto deste artigo, especial, é o fato de marcar o princípio do estudo sistemático desse fenômeno.
No citado 24 de junho de 1947, o piloto civil Kenneth Arnold, com 43 anos na época, casado e pai de dois filhos, voava em seu pequeno monomotor Piper, entre Chehalis e Yakima, no estado de Washington. Seu objetivo era localizar os restos de um avião de transporte militar que se extraviara naquela área.
Arnold era grande conhecedor da região, e piloto bastante experiente.
Enquanto voava nas proximidades da encosta do Monte Rainier, teve sua atenção despertada por um brilho refletido no interior da cabine. Voltou-se, e observou nove objetos estranhos voando em formação, pensando a princípio que poderiam ser alguns dos novos aviões a jato.
Logo, porém, mudou de idéia. Os objetos eram velozes demais, e não voavam como aviões. Arnold, deduzindo pelo tempo que os objetos levaram para percorrer a distância entre os montes Rainier e Adams, calculou sua velocidade em alto em torno de 1200 milhas por hora, ou 2000 quilômetros por hora. Naquela época, não havia qualquer avião capaz de atingir essa marca.
Arnold, ao chegar a seu destino, relatou o que vira a imprensa. Afirmou que os objetos voavam como pratos ou discos lançados sobre a água. E foi assim que o fenômeno estava batizado, não importando muitas vezes o formato do objeto, como disco voador!
A Força Aérea Americana declarou que não havia qualquer aparelho seu na região, e foram descartadas quaisquer outras explicações, como fenômenos naturais, atmosféricos ou astronômicos. A atmosfera estava clara como cristal, e Kenneth Arnold tinha reputação de pessoa séria e honesta, não tendo obtido qualquer lucro devido a seu relato.
Ainda existem algumas divergências quanto ao verdadeiro formato dos objetos que Arnold viu. Ele mesmo os descreveu como tendo forma de um crescente, bumerangue, ou mesmo um formato muito pesquisado na época, a asa voadora. Uma aeronave sem fuselagem, como a do bombardeiro experimental YB-49, ou o atual bombardeiro invisível B-2. Os alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, fizeram testes com aeronaves nesse formato, fabricadas pelas empresas Gotha e Horten. Mas os problemas de severa instabilidade limitaram o uso desses aviões, e apenas quando controles computadorizados que fazem milhares de correções por segundo, se tornaram disponíveis, é que a asa voadora voltou a ser considerada. E mesmo o avançadíssimo B-2 de hoje é um avião subsônico, de velocidade máxima menor que 1200 quilômetros por hora.
O Caso Arnold foi o estopim para uma das maiores ondas ufológicas de que se têm notícia, culminando em 2 de julho de 1947 quando, numa pequena cidade do Novo México chamada Roswell, um objeto comprovadamente caiu do céu, causando um enorme rebuliço na cidade, e levando até a uma declaração oficial de que os militares haviam conseguido resgatar um disco voador. Depois, tudo foi esvaziado com a versão de que teria sido um balão meteorológico. Como os militares haviam salvado o Ocidente da tirania nazista poucos anos antes, ninguém apareceu para desmentir o desmentido. Trinta anos se passariam, até
que Roswell voltasse ao cenário ufológico.
Por tudo isso, o Caso Arnold é considerado o marco inicial da ufologia, o estudo dos avistamentos e evidências da presença de estranhos objetos nos céus de nosso planeta. E sua data, 24 de junho, é internacionalmente aceita como marco inicial do estudo ufológico, e o dia mundial dos discos voadores.
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