domingo, 20 de julho de 2008

A Sindrome do Abduzido


A omissão da classe médica e psicológica, que por medo de se aproximar de asunto tão bizarro, o ignora e procura classificar os que o procuram, após uma experiência extremamente traumática - a abdução em alguma psicopatologia já existente, tem ocasionado sérios problemas.

O "drama do contactado & abduzido", é muito sofrido e o leva a se isolar, evitar falar, e até de buscar ajuda de profissionais. O despreparo que nós estamos vivendo, com relação a este fenómeno, é fruto dessa nossa desatenção e muitas vezes superstição, com respeito a todo e qualquer fenómeno anómalo. O negamos como uma proteção de nossos valores ou o vemos como sobrenatural ou extra a nós. E em nenhum dos dois casos ao nos depararmos com essas situações, nos acercamos o suficiente para o entendermos a luz da ciência e dar uma objetiva contribuição.


Temendo essa ocorrência Jung, no prefácio do seu livro: "Um mito moderno sobre coisas vistas do céu", já nos alertava.

Ele estava preocupado "com a sorte dos que seriam surpreendidos por esses acontecimentos sem estarem preparados, ficando à mercê daquilo que não podem compreender."
Por tudo isso resolvi escrever um livro: "UFO - Contacto Alienígena – A História traumatizante de quem o viveu", em que coloco as minhas observações e análise de 18 anos de estudos. A intenção desse livro é esclarecer o fenómeno, não só para os que o viveram, mas para os que devem ajudá-los, através de educação, instrução, aconselhamento ou terapia. Em verdade, estes se encontram tão despreparados quanto os abduzidos que vivem o drama.


A partir da constatação de que os sintomas apresentados pêlos abduzidos não são consequência de nenhuma psicopatologia conhecida, mas, apenas resultado de um trauma real, ficou mais fácil para nós presquisadores começarmos a entender esse processo. Essa constatação veio da pressão exercida, nos consultórios médicos e psicológicos nos Estados Unidos, pelas pessoas que passam por essas experiências estranhas e não têm memórias, mas fortes fobias, visões, pesadelos, irritabilidade, e outros sintomas traumáticos sem uma causa "real " aparente.


A importante pergunta que aflora nesse momento é: se o fenómeno produz amnésia em quem o experimenta, como poderemos saber quantas pessoas no mundo já passaram por estas experiências e não sabem?
Preocupados com as consequências dessa incidência desconhecida, um investigador de Urologia - Bud Hopkins. um professor de História David Michaels Jacobs, Ph. D. e um de sociologia Ron Westrum, Ph.D., desenvolveram um questionário para saber a abrangência do fenómeno nos Estados Unidos.

Em vista do expressivo resultado encontrado, distribuíram um boletim explicativo, prefaciado por Dr. John E. Mack, professor de Psiquiatria da Escola Médica da Universidade de Harvard, para profissionais de saúde mental. Organizou-se, também uma rede de pequenas conferências elucidativas do fenómeno para auxiliar os interessados da área de saúde mental.
Essa pesquisa foi desenvolvida, pela Roper Organization Inc., e seguiu padrões controlados, numa larga escala, em uma amostra selecionada demograficamente.

Este exemplo de 5.947 adultos é tão grande que os resultados têm uma margem de erro de apenas mais 1.4. Como a população dos Estados Unidos está em mais ou menos 249.000.000, essa porcentagem de pesquisa corresponde a 185.000.000 da população. Assim quando 8 responde sim a uma pergunta, corresponde a 14.800.000 de americanos.
Tomando cada uma das respostas dos 11 itens usados, o resultado foi de que um enorme número de americanos admitem ter vivido experiências anómalas. Os autores, pelo largo conhecimento do fenómeno de abdução, acumulado por muitos anos, consideram que respostas afirmativas a 5 das perguntas chaves indicariam abdução.

As perguntas são as seguintes:


1 - Ver um fantasma.
2 - Sentimento de deixar o corpo.
3 - Ver um UFO.
4 - Acordar paralizado com a sensação de uma pessoa estranha ou presença de alguma coisa no quarto.
5 - Sentimento de estar voando através do ar mesmo sem saber porque ou para que;
6 - Ouvindo ou vendo a palavra TRONDANT e sabendo que tem um significado secreto para você.
7 - Experimentar o período de tempo de uma hora ou mais, no qual está aparentemente perdido, mas não pode lembrar-se onde esteve e
porque.
8 - Vendo luzes não usuais ou bolas de luz no quarto sem saber quem as causou ou de onde elas vêm.
9 - Encontrando cicatrizes no corpo onde nem você ou outra pessoa pode se lembrar onde as conseguiu ou recebeu.
10 – Ter visto, como adulto ou criança, uma figura terrificante – que poderia ser um monstro, feiticeiro, demónio, ou outra figura do mal, no seu quarto, armário ou outro lugar.
11 - Ter sonhos vívidos sobre UFOS.



O total de respondemos com sim a essas perguntas é 119, ou 2 do exemplo 5.947. Dois por cento de 189.000.000 de adultos americanos pela amostra Roper é rjjmnnno de pessoa, abduzidas. Nessa conclusão estão excluídas crianças, populações do Alaska e Havai.
Como vemos é um número bastante expressivo de pessoas vivendo experiências traumáticas, desenvolvendo sintomas não diagnosticados precisamente.

Esta situação é suficiente para todos nós, não só profissionais da área médica e saúde mental, mas as pessoas em geral, nos dedicarmos a estudar e conhecer melhor o assunto, para não só colaborarmos com esse entendimento como não sermos nós mesmos apanhados de surpresa. Segundo as palavras dos autores da pesquisa Roper: "Um extraordinário fenómeno requer uma extraordinária investigação."
Mas o que é uma abdução?
Para nós aqui no Brasil seria qualquer pessoa sequestrada por alienígenas isto é, levada contra a sua vontade para o interior de uma nave.
Para os pesquisadores do projeto Roper, uma pessoa sequestrada por alienígenas contra a sua vontade e submetida a exames físicos no interior de uma nave.
Essa abdução também obedeceria um padrão bem típico de cenário e o abduzido desenvolveria uma série de sintomas que formariam esta síndrome pós-abdução. (SPA) ou (PAS).



Uma abdução típica obedeceria o seguinte padrão:



A pessoa seria levada pêlos alienígenas do seu lugar habitual ou de um carro Não haveria necessidade de estar isolado ou no campo. Ocorreria em edifícios de apartamentos, em centros populosos e muitas vezes a noite a pessoa no quarto de dormir. Se houver outras pessoas no mesmo quarto, esta pessoa ou pessoas que não são visadas por eles são apagadas ou Mobilizadas. Ha muitos indícios que no momento da abdução a pessoa e
desmaterializada. A pessoa seria levada para um local geralmente sem portas aparentes, com uma luz difusa, painéis de controlo e telões de televisão.

Nesse local a pessoa seria submetida a exames físicos e mentais numa cadeira ou mesa (tipo centro cirúrgico). Esses exames geralmente seriam conduzidos por seres do tipo alfa (ou Greys). Incluiriam colocação de implantes (em alguns casos), exames ginecológicos, retirada de óvulos e espermas, testes mentais, entre outros. As vezes haveria a Presença de outros seres mais altos e um (diálogo) ocorreria entre eles e o abduzido (na maioria das vezes por telepatia). Os seres mostrariam cenas do futuro ou pessoas nos telões e muitas vezes levariam o abduzido para conhecer outros lugares fora do mundo, e conhecer a própria "nave".

Na maioria das vezes haveria a lembrança de uma nave ou luz branca muito forte antes da abdução. O abduzido se recordaria de ter ido para a nave flutuando. E o retorno geralmente repetiria a ida.
pelas pesquisas atuais, chegou-se a conclusão que uma abdução começa quando a pessoa ainda é criança, geralmente entre 5 e 6 anos e continua se repetindo muitas vezes, mesmo na idade adulta, quando, a pessoa toma conhecimento. Há uma amnésia total ou parcial dos fatos e esses só são lembrados sob hipnose.

A abdução deixaria sequelas de um trauma que se expressaria em sintomas. Os sintomas mais comuns que as pessoas desenvolveriam senam ansiedade, depressão, fobia e um padrão de sonhos como pesadelos. Os sonhos podem ser lembranças de salas de operação, seres com grandes olhos ou mesmo animais como corujas naves, estar voando, e até catástrofes e inundações. As pessoas poderiam também estar intrigadas com estranhos lapsos de memória.

Outros sintomas como: irritabilidade com medo de perder o controle, hipervigilância, dificuldade de concentração, anestesia para respostas em geral, anestesia emocional, que são comuns, reacões pós-traumáticas, iriam compor a Síndrome pôs abdução (PÁS) que Já características um pouco diferentes da (PTSD) devido ao fator energetico que não está incluido na outra. Na minha experiência pessoal como psicoerapêuta e hipnóloga, observo que as memórias do que passou com a pessoa na hora da abdução, surgem fragmentadas em sonhos e fobias não entendidas.


Para se chegar á totalidade da vivência são necessárias muitas sessões de hipnose regressiva com o abduzido. Na maioria das vezes, na primeira regressão o consciente não podendo suportar as memórias vivenciadas, e portanto tendo-as apagado, tendem a criar memórias disfarçadas como nos sonhos. Temos que vencer essas imagens, através de interpretações simbólicas e encorajamento para que a pessoa aos poucos libere toda a vivência.


A crise pós-traumática faz parte da primeira fase de um processo que o leva a uma evolução de consciência. Este processo, estimulado a partir do impacto na consciência no momento da abdução, é sofrido, longo e só ser melhor compe^ndido, se observado através dos anos.
Após ter mostrado o que é uma abdução inconsciente, darei um pequeno resumo de como desenvolvi minhas observações e cheguei aos resultados preliminares, que nos mostra a complexidade do fenómeno.

Entro na investigação Ufológica em 1972, após uma nave ter descido num sítio de meu pai e sido observada quando estava a um metro do solo, ao entardecer, por um grupo de familiares, no qual minha filha mais velha, nesta época no início da adolescência, fazia parte.
Em 1980, encontro-me com o primeiro caso de abdução que me intriga, o abduzido após o fato, sofre muitas sequelas mentais e é internado em um Hospital Psiquiátrico, com diagnóstico de esquizofrenia. Que seres avançados eram esses que danificavam uma mente? Começo, partir dessa época, a observar os abduzidos mais de perto, para entender o que se passava. Aonde estava a ténue linha que separava a loucura da sanidade, a verdade da fantasia?


Sozinha na investigação nessa época, pois não podia contar com a colaboração ou apoio dos investigadores da Ufologia porque para eles o estudo da parte psicológica era ameaçador, como se invalidasse a veracidade física do fenómeno. Não contando com a ajuda de profissionais da minha área, porque estes tinham receio de se aproximar de assunto tão bizarro, decido observar, interagir, provocar experiências e apoiar-me nos estudos e literatura mais próximos da fenomenologia observada.
Não contava, também, em usar o recurso da hipnose, por não acreditar, por muito tempo, nas histórias que vinham nos relatos. Decido assim, entender as patologias e desvios que ocorriam e verificar se eram anteriores ou posteriores ao contato.

Nesses estudos c interações incluo todos os fenómenos anómalos correlates, isto é, estudo e vivências de mediunidade, canalização e suas múltiplas manifestações, adivinhações, curas, estudos parapsicológicos como poltergeíst, clarividência, telepatia. A partir daí começo a comparar processos mediúnicos, místicos comtemplativos, o processo de Individuação Junguiano, processos de Morte e Renascimento e finalmente processos Iniciáticos.

Analisando as histórias e emoções dos contactados e abduzidos incluindo os sonhos e decodificando os símbolos observo que os seres manipulavam, não só a nossa mente, controlando-a, projetando histórias e nos dando sensação tão reais, mas que mais que tudo isso, podiam controlar os nossos arquétipos. Qual seria a finalidade?

Se estavam manipulando arquétipos, havia pois um processo de consciência.
Centralizo-me a partir daí a estudar processos de evolução de consciência e as patologias e desvios que ocorrem em cada fase da evolução e como resolvê-los. Nesse ponto, estudo de Kundalini e Psicologia Transpessoal foi muito importante.
Dentro desse enfoque, o convívio e entendimento do fenómeno ficou mais fácil. Passei a buscar não só os detalhes das histórias mas a ajudar o abduzido e contactado a decodificar seus símbolos. Uma vez entendidos, conscientizado qual o aspecto emocional que ali estava envolvido, o cenário mudava.
O processo não parava, mas evoluía em aspecto e mesmo a vida do abduzido mudava. Não é um trabalho fácil, devido a desestruturação em que na maioria das vezes a pessoa se encontra. Uma vez entendido que o processo, apesar de provocado, é natural na sua evolução, a pessoa se acalma. Passa então, a só conviver com o trauma de despreparo frente a uma outra realidade que não controla mas, não mais. o trauma de ser inválido, examinado, violado.
Assim que uma abdução é assimilada construtivamente pela psique, sonhos alquímicos ou símbolos arquetípicos começam a aparecer.


Verifiquei também que, na abdução, a Kunda!ini do abduzido era estimulada e muito dos sintomas energéticos que sofria depois eram consequência dessa estimulação. Este processo uma vez começado dificilmente pára, a Kundalini vai seguindo seu caminho ascendente até terminar.
Após todas essas observações cheguei a conclusão que o principal estudo seria dos tipos de energias envolvidas e quais as consequências da exposição do ser humano a esses campos energéticos desconhecidos.
Jacques Vallée se refere a micro ondas, outros a eletromagnetismo ou orgânico mas não sabemos ainda, nem mesmo se estamos lidando com energias sufis ou com um tipo de interação desconhecida.

Como não podemos ainda entender o tipo da energia, concentrei-me nos efeitos na nossa mente e metabolismo. Os sintomas e efeitos posteriores desenvolvidos são marcantes, parte é explicado pela atuação dessa energia no nosso sistema nervoso e no nosso metabolismo e parte poderia ser explicado pela estimulação da Kundalini que nos levaria a um processo de evolução de consciência.
Os principais efeitos posteriores de uma abdução, fora os já descritos nesse trabalho, no grupo de sintomas, são os seguintes:



Sintomas Psicofïsicos: (Psicológicos, fisiológicos e físicos):


* Choque elétrico no corpo;
* Náuseas;
* Vómitos;
* Desidratação;
* Dor de garganta;
* Intensa irritação nos olhos;
* Frio ou calor intenso;
* Zunidos na cabeça;
* Marcas e cicatrizes;
* Comportamentos compulsivos;
* Medo e pânico;
* Manifestações de habilidades paranormais:
* Telepatia, clarividências;
* Precognição;
* Psicocinésia,
* Atividade de po/tergeist;
* Emergências espirituais:
* Visões ou encontros com espíritos;
* Mensagens espirituais,
* Experiências fora do corpo;
* Mudanças sociais e intelectuais:
* Preocupação como a ecologia, o futuro da humanidade, injustiça social;
* Mudanças de profissão e interesse;
* Evolução de consciência:
* Mudança na visão do mundo;
* Transformação da personalidade e experiência de renascimento, etc.


Escolhi para melhor ilustrar toda essa complexidade, um caso de abdução que não só é padrão típico, mas resume todos esses efeitos posteriores. A primeira regressão foi realizada por Fáábio Zerpa, no Rio de Janeiro e será apresentada aqui por Irene Granchi .Algum tempo depois descobrimos, que além da vivência que havia saido nessa regressão, ela tinha também memórias disfarçadas (screen memories) e o trauma era muito forte para só existirem lembranças agradáveis. A partir daí procurei concentrar-me
em fragmentos dos seus sonhos e assim prossegui a investigação hipnótica regressiva.

Na segunda regressão recuperamos detalhes específicos do padrão de abdução como o exalo momento em que ela é desmaterializada, a descrição detalhada do laboratório da Ilhas Canárias, os procedimentos que os alienígenas estão fazendo em escala mundial com respeito aos fetos e manipulação genética. Numa outra, recuperamos vivências das quais ela só tinha memória em fragmentos de sonhos.
Regredindo-a à noite em que ela acordou com uma forte luz branca no rosto e ouvindo pessoas dizerem. "Já terminamos." Encontramos o seguinte relato: Alguns meses após a primeira abdução, Sueli sentiu um desejo compulsivo de ir só para a casa de praia. Após preparar um pequeno lanche senta-se na sala para pensar. Ela tem a sensação de seres chegando, se assusta e começa a chorar. Ela vê dois deles, de aparência e altura normal
mas com os rostos muito redondos, como se fossem máscaras. Ela vai para o quarto de dormir e começa a rezar. Um dos seres da outra abdução, que ela confia, o comandante Jasper aparece e lhe manda acalmar-se e obedecer.
Um dos outros lhe manda buscar uma garrafa na geladeira, ela apanha e coloca o conteúdo num copo, e bebe, um horrível líquido viscoso. Após isso, tudo fica escuro.

Quando volta a clarear está flutuando com tubos nos ouvidos, nariz e boca. Ela sente-se nauseada. Quando clareia, se vê numa sala de operações, numa mesa amarrada pêlos pés e mãos.

Os seres estavam lhe operando a cabeça para o implante de alguma coisa como um chip. Eles retiram sangue de seus braços com um instrumento como pistola. Após esse relato ela retorna da regressão e se vê no quarto de dormir, quando acorda com a forte luz branca como mercúrio, no rosto.
Pode-se notar que a parte traumática só foi revivida após várias sessões hipnóticas. Suas primeiras lembranças e crenças eram de seres belos que lhe tratavam como um deles. Sueli com isso tinha um ego muito inflado.
Agora, após a recuperação de mais uma parte de suas memórias, sofreu grande modificação na personalidade, com a consciência que realmente precisa se ajudar para crescer e evoluir como pessoa.

Finalizando, para melhor resolver a grande ansiedade gerada por todos esses transtornos, é a desensibilização através da recuperação de todas as memórias esquecidas, com o uso de hipnoterapia, aprendizado e estudos relacionados com os fenómenos. Esclarecimento sobre detalhes de abdução.
Grupos de suporte para o abduzido não se sentir estranho ou isolado e ajudar a evoluir a consciência. Principalmente calma, segurança, amor e carinho de todos os que o rodeiam e o investigam. Dieta líquida nos dias subsequentes à abdução, também ajudam a aliviar os sintomas físicos e metabólicos consequentes da exposição prolongada a campos energéticos desconhecidos.

Mais que vítimas são heróis e devemos apoiá-los nos lembrando da fragilidade e sensibilidade dessa personalidade passando por todos esses transtornos.



Artigo escrito pela psicóloga e pesquisadora: Gilda Moura

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